terça-feira, 7 de junho de 2011

O RITMO MUSICAL NO MUNDO E NA HISTÓRIA


Marialda de Matos Santos[1]

Nos mais variados períodos da história da música o ritmo foi tratado das mais diferentes maneiras. Seja supervalorizado como no Barroco ou na música do século XX, ou desvalorizado como no Romantismo, mas o que fica claro é que o ritmo possui uma importância grande na música, seja por sua presença ou por sua ausência.

Palavras – chave: ritmo, música, rítmica


Para analisarmos o ritmo na música oriental devemos tomar como base a música indiana que possui um ritmo de caráter plástico, pois nesse sentido ela se distingue da música européia onde a medida de caráter matemático assume um papel essencial. Para os indianos a música une religião e filosofia, transporta o ouvinte para longe dos problemas do dia a dia para um lugar de paz e tranqüilidade. Ressaltando que a música indiana influenciou compositores europeus, sobretudo franceses. Por outro lado, o jazz, que vem a ser a música da população negra dos estados Unidos, possui aspectos conservadores, no que se refere à melodia e à harmonia, e inovadores, como as modificações harmônicas que são resultado da influência da música erudita. O hot, que diz respeito ao modo peculiar de expressão, e o swing, que é uma característica rítmica, um balanceio peculiar, são aspectos estilísticos que tornam o jazz revolucionário. O swing foi surgindo aos poucos depois da fase inicial do jazz e tem como alguns de seus aspectos a regularidade da marcação de tempo e a acentuação dos segundos e quartos tempos. Por outro lado, o swing cria a atmosfera para a improvisação coletiva e é resultado da fusão lenta de elementos rítmicos europeus com elementos africanos. Dentro do subtema do ritmo na música européia, temos o período românico, no qual a música erudita possuía uma rítmica muito simples, mais próxima do canto gregoriano. Em seguida, do final do século XII até o século XV, temos o período gótico em cuja fase inicial as músicas eram compostas dentro de um sistema rígido e angular que lhes confere um caráter rude e tosco, mas ao mesmo tempo viril. Já durante o século XIV, surgiu uma certa liberdade formal que fez nascer um sistema de organização denominado isorritmia, que permitia a construção de linhas melódicas mais sutis e expressivas. Contava também com a presença de notas isoladas curtas ou pequenos grupos de notas entre pausas, cantadas por uma voz em alternância com outra, intervindo esta nas pausas daquela. Se a música renascentista nos dá a sensação de um fluir mais ou menos tranqüilo, o ritmo da música gótica é irregular, quebrado, contorcido, carregado de tensão. Dessa forma, das muitas transformações sofridas pela música na passagem do período gótico para a renascença as do ritmo são as mais importantes. A racionalidade rítmica é amenizada por sutis inflexões, pequenas assimetrias e ouros recursos que dão mais flexibilidade ao ritmo. Na última fase do Barroco, 1680 a 1730, o ritmo é pesado, há a presença do baixo contínuo e nesse período a racionalidade rítmica atinge seu ponto culminante. Já no período Rococó-Clássico, que iniciou-se por volta de 1730, o ritmo é mais leve, mais variado, gracioso e dançarino. No lugar do baixo contínuo aparecem instrumentos de tessitura média que assumem a função rítmica, mas permanece a racionalidade rítmica. Por outro lado, no Romantismo se destaca a plasticidade que se realiza por meio de inflexões no andamento (rubatos) ou por meio da própria construção rítmico-melódica. Dessa forma, o ritmo acaba se tornando difuso, a tal ponto que se pode dizer que o ritmo se perde.No Romantismo o que interessa é o sentimento e não mais o ritmo. Em contrapartida, no século XX há uma redescoberta do ritmo como elemento vital e ritmos primitivos são trazidos para a música erudita. Alguns compositores escrevem obras para conjuntos formados somente por percussão, outros complicam o ritmo ou inventam uma nova estética em torno do ritmo. Enfim, no século XX, o ritmo adquire uma importância fundamental.




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

KIEFER, Bruno. Elementos da Linguagem Musical. Porto Alegre: Editora Movimento, 1987.


[1] Aluna do curso de Licenciatura Plena em Música pela UFPA – Campus de Oriximiná. [marialdasantos@yahoo.com.br]

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