terça-feira, 26 de abril de 2011

CANTO DE VÁRZEA

Nilson Dezincourt, Eduardo Serique, Edmar Rosas, Nicolau Paixão, Annderson Dezincourt, Pixica, João Otaviano, Rolinha, Everaldinho e Floriano

O movimento “Canto de Várzea” surgiu da mesma maneira que surge a maioria dos movimentos populares, de forma espontânea e desinteressada. Era uma maneira de reunir os amigos, de descontrair e tocar uma viola.
O objetivo da música feita era despertar nas pessoas um olhar novo diante das coisas que lhe eram comuns como Santarém e suas belezas. Coube ao artista mostrar uma forma nova de ver o velho, aquilo que a maioria dos santarenos já conhecia, mas que eram desconhecidas daqueles que não conhecessem o interior do Pará.
No início eram Beto Paixão, Nicolau Paixão e Jefferson Rocha. A denominação partiu de um sorteio, no qual cada participante escrevia um nome num papel. Venceu “Canto de Várzea”.  Nome sugestivo, pois, faz referência a um lado bem característico da nossa região, além de sugerir um estilo próprio, genuinamente amazônida.
A primeira apresentação do grupo aconteceu na sede do São Francisco, no início da década de oitenta (80). O grupo se apresentou com Marreta na bateria, Malá no baixo, Jefferson no violão (solo), Nicolau no violão (base), Edson no teclado e Beto Paixão (voz), Sandra Paixão (voz), Emirzinho (Emir Bemerguy Filho) (voz) e Mariano (voz). Nesse início as composições eram de autoria do Nilson (Dezincourt), Beto (Paixão) e Everaldinho (Everaldo Martins Filho).
A década de 1980 foi de muita euforia em todo o Brasil, em Santarém não poderia ser diferente. Acontecia o movimento pelas eleições diretas e em Santarém ocorria a fundação do São Francisco Futebol Clube, a construção do novo aeroporto, o asfaltamento da cidade, os aparelhos de TV em cores.
Esse clima de euforia acabou por contagiar a música. Como nessa época a música era ensinada como disciplina obrigatória na maioria das escolas, esses alunos tinham vontade de mostrar seu trabalho, seja para os amigos nas horas de lazer ou realizando festivais de música - famosos nessa época em Santarém e no Brasil também como os festivais realizados pelas emissoras de televisão e transmitidos para todo o país.
Como todo movimento surgido de maneira espontânea, enfrentou obstáculos no início. Os instrumentos foram conseguidos com o Marreta (que até hoje tem uma banda em Santarém). Receberam apoio logístico da Funerária São João, de Bianor Carneiro, e dos amigos Nelson Pantoja, Rolinha (Antônio Dezincourt) , Frota e Enilda (Lima). Outros foram e são incansáveis por sua colaboração, incentivo e admiração.
A partir de então, o grupo fincou suas raízes, amadureceu, deu seus frutos e fez história. Contou também com as participações de João Otaviano Matos Neto, Antônio Álvaro, Otacílio Amaral e Samuel Lima. Bem como contou com as participações dos cantores Maria Lídia e Zé Azevedo, que também têm laços com o grupo apesar de suas carreiras solo.
É uma música que fala principalmente de Santarém, de suas belezas e encantos, mas fala também da preocupação com o meio ambiente, fala das lendas, das comidas da região, das manifestações artísticas e culturais. É perfeitamente possível reconhecer Santarém nas letras dessas canções. Bem como dá para reconhecer os ritmos característicos do norte do Brasil como o carimbó, o síria e o boi bumbá.

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